Faz hoje 11 anos que nasceu a minha cadela “bela e amarela” (como lhe chamo e canto desde bebé), a minha amiga de sempre, a melhor amiga patuda do meu sobrinho Gaspar, a minha princesa Karol.
Nasceu há 11 anos e foi logo abandonada. A minha irmã encontrou-a numa feira de adoção um mês e muito pouco depois de ela ter nascido.
Toda a vida ouvi dizer que os animais é que nos escolhem. Com a Karol a história é essa mesma. Conta a minha irmã que estava a ver todos os patudinhos que estavam para adoção quando, ao passar pela Karol, ela (que estava a dormir) abre os olhinhos e fixa a minha irmã.
Claro que só alguém com um coração de aço é que ficaria indiferente a tamanha fofura. E foi assim, que numa tarde quente de Maio, a Karol aparece lá em casa. Ela escolheu a minha irmã e a minha irmã não pensou duas vezes.
Batizámo-la de Karol como o Papa João Paulo II, que morreu nesse ano e no mês em que ela nasceu.
Linda, lindona mesmo, super pequenina, orelhas enormes, muito “loira” e com patas bem grandonas. Assim era a mini-Karol.
Na altura eu já tinha um cão. O Bono. O Bono já tinha 5 anos e confesso que não achei lá grande graça a serem dois e fiquei logo com medo da reação do meu Boninho. Mas depois do choque inicial e com o tempo, os dois tornaram-se os melhores amigos.
Eles andavam sempre à tareia mas brincavam muito. Ele, bem mais pequeno que ela, subia à mesa da cozinha e roubava comida para os dois. Ela protegia-o e não deixava nenhum cão meter-se com ele. Dormiam juntos debaixo da mesa da cozinha.
O Bono ladrava o tempo todo e a Karol nunca ladrava, mas apoiava-o em tudo! Eram amigos de verdade.
Um dia o Bono morreu. Não esqueço que antes de o levarmos para o “pôr a dormir” eu lhe ter dito: “Boonie despede-te da mana Karol”. E ele, como se soubesse o que ia acontecer, foi ter com ela e lambeu-lhe suavemente o focinho. Ela pouco reagiu. Tenho a certeza que ela sabia que era um adeus.
Quando cheguei a casa sem o Bono, foi ela que me veio confortar. Não saiu de perto de mim um único segundo. Ela, coitadinha, estava desesperada e procurava-o pela casa. Ela sabia. O mano já não ia voltar.
Um ano e pouco depois, a Karol engravidou (ainda hoje tenho vontade de estrangular a minha irmã por isso) e a 25 de Maio quase ao raiar do dia, entrou em trabalho de parto. Teve 9 bebés. 7 machos e duas fêmeas. O último nasceu perto das 13h.
Consegui dá-los todos. E espero que todos estejam bem e sejam bem cuidados e felizes.
No dia em que dei a sua última filhota, a Karol envelheceu. Literalmente. Dali para cá o focinho ficou todo branco. Tenho a certeza que foi de desgosto. Mas infelizmente não podíamos ficar com nenhum.
Há quase 4 anos nasceu o meu sobrinho e afilhado Gaspar. Durante os 9 meses de gravidez, poucas foram as vezes que a minha loira se aproximou da minha irmã. Mas dois dias antes do parto chegou-se à beira dela, cheirou-lhe a barriga, lambeu-a e foi-se embora a correr para o cantinho dela.
Logo depois o Gaspar nasceu. Ao princípio teve uns ciúmes do diabo aquela “garota” mas ama-o desde o primeiro minuto. Eu sei porque se vê. Ele faz dela tudo o que quer. Manda nela, puxa-lhe as enormes orelhas, dá-lhe imensos beijinhos, senta-se em cima dela, faz dela cavalinho, agarra-lhe no focinho e diz-lhe “oh minha Cácó”, partilham comida…são amigos de verdade.
A Karol é meiga. Muito meiga. A cadela mais meiga que eu conheço. Sempre teve um olhar triste. Nunca foi de ladrar (houve ali uma altura em que eu jurava que a bicha era muda!). Tem epilepsia e isso deixa-me em permanente estado de alerta. Ela sofre muito quando tem esses ataques. Eu sofro com ela.
Não larga a minha mãe. Parece a sombra dela. Com o meu pai não é diferente. Quando um de nós está doente ela não nos larga. Parece a enfermeira de serviço.
Quando saí de casa eu sei que ela sofreu. Afinal éramos as duas amigas inseparáveis. A Karol dormia comigo e tudo.
Quando vou passar fins-de-semana a casa dos meus pais ela vem dormir comigo e sinto-a respirar fundo quando se deita nos meus pés. Tão meiga. Tão bom.
A Karol é a minha cadela bela e amarela. Uma amiga fiel e faz hoje 11 anos.
Está cada vez mais linda. Está cada vez mais meiga. A idade dá-lhe charme.
Hoje há festa! Todos os anos lhe faço um bolo. Hoje não podia ser diferente!
São 11 anos de Karol. São 11 anos de uma amizade fiel.
É a patuda mais linda de sempre!
Parabéns amiga!
“Ela é muito bonitinha e é tão fofinha, é a Karol.
Ela é mais que uma cadela, ela é tão tão bela, é a Karol!” (mais uma das canções que lhe canto desde pequenina)
11 Abril, 2016
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PARABÉNS CAROL ! =)
ela agradece com muitas lambidelas!!!